Home Notícias Jornalismo
22/04/2025
Abril Indígena: Artistas Guarani Nhandewa lançam álbum inédito com Cantos Sagrados
Abril Indígena: Artistas Guarani Nhandewa lançam álbum inédito com Cantos Sagrados
Primeiro álbum autoral de Valdemir Marcolino (Xamõi Tupã) e Sueli de Oliveira Marcolino (Djatsa'á Nhandewa) foi gravado na aldeia onde vivem e teve produção da Trópicº; lançamento foi no dia 19 de abril, Dia dos Povos Indígenas
Valorizando os cantos de cura, espiritualidade e resistência do povo Guarani Nhandewa, os artistas Valdemir Marcolino (Xamõi Tupã) e Sueli de Oliveira Marcolino (Djatsa'á Nhandewa) lançam no dia 19 de abril, Dia Internacional dos Povos Indígenas, o álbum Tapé Nhanderu. Disponível nas principais plataformas digitais, o projeto possui quatro faixas autorais — “Floresta Mata Verde”, “Aã Txeru”, “Fogo Sagrado” e “Oporai” — gravadas na Aldeia Araçaí, no Paraná, e gravadas em estúdio pela WeeDoo Music. O projeto, que inclui roda de conversa com os artistas no dia 30, é produzido pela Trópicº, produtora audiovisual de impacto focada em conteúdos para causas. No canal @Tropico no Youtube, serão disponibilizadas as músicas em vídeo em versão acústica.

As músicas são cantos sagrados criados a partir da vivência espiritual dos artistas e conectados aos ensinamentos de Nhanderu, o criador do mundo na cosmologia Guarani. O nome do álbum, Tapé Nhanderu, significa “o caminho do criador” e remete à conexão espiritual entre os seres humanos, a natureza e os espíritos. “Nós fomos honrados pelo Pajé, que me acompanhou desde a minha meninice, junto com meus pais e meus irmãos. Tive o aprendizado dos rezos e dos cantos sagrados na casa de rezo quando eu ia com a minha mãe. Hoje estou nesta caminhada, consagrando as medicinas da floresta. O canto da floresta traz paz, amor e alegria, esperança e sabedoria”, destaca Sueli de Oliveira Marcolino, intérprete e compositora das músicas "Floresta Mata Verde" e "Fogo Sagrado".

A realização do projeto partiu do interesse do fundador da Trópicº, Di Florentino, em contribuir para o registro e valorização dos saberes tradicionais como patrimônio imaterial. A partir do encontro com os artistas Guarani Nhandewa, a proposta foi unir arte, espiritualidade e tecnologia para criar uma obra que amplificasse suas vozes diante de um contexto histórico de silenciamento. O projeto é realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba –, Prefeitura Municipal de Curitiba, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Música como resistência

Este é o primeiro álbum autoral de Valdemir e Sueli. A iniciativa se soma a outras ações recentes de valorização da cultura indígena no Brasil, mas ainda é raro encontrar registros autorais com esse nível de autonomia, qualidade técnica e protagonismo dos próprios artistas indígenas. Valdemir reforça que a intenção é manter a cultura Guarani Nhandewa viva. “Nós queremos compartilhar os rezos, os cantos de alegria para fortalecer. Não deixar nossa cultura morrer. Porque se nós, os povos originários, não nos apegarmos à nossa cultura, ela vai ser extinta. Porque nós enfrentamos muito preconceito. Todo esse trabalho que estamos fazendo é para fortalecer e descriminalizar nossa cultura, que é a raiz do Brasil”.

A cultura Guarani — dividida em subgrupos como Mbya, Kaiowá e Nhandewa — é uma das mais numerosas e antigas do país. Os Nhandewa somam cerca de 8 mil pessoas no Brasil, espalhadas principalmente pelos estados do Sul e Sudeste, e têm enfrentado sucessivos processos de apagamento e perda territorial. Em meio à urbanização, ao preconceito e à violência institucional, iniciativas como Tapé Nhanderu afirmam o direito à memória e à voz. O lançamento de Tapé Nhanderu e convida a repensar o lugar das vozes indígenas na cultura brasileira como pensamento vivo, criativo e transformador.

Roda de conversa em Curitiba

Além do lançamento digital, no dia 30 de abril, às 19h, haverá uma roda de conversa presencial com Valdemir e Sueli no MAI - Museu de Arte Indígena de Curitiba. Durante o encontro, a dupla vai abordar o papel da música na preservação da memória ancestral, os desafios enfrentados pelos povos originários no Sul do Brasil e a importância de garantir espaços de escuta e visibilidade às culturas indígenas. A atividade será aberta ao público e busca aproximar diferentes públicos da riqueza simbólica, espiritual e política presente nos cantos Guarani.

Ficha técnica

Álbum Tapé Nhanderu

Artistas: Valdemir Marcolino (Xamõi Tupã) e Sueli de Oliveira Marcolino (Djatsa'á Nhandewa)

Lançamento: 19 de abril (Dia dos Povos Indígenas)

Plataformas: Spotify, Deezer, Apple Music e demais serviços de streaming. Acompanhe em encantaria.hearnow.com/tapé-nhanderu

Produção: Trópicº

Distribuição: Encantaria

Apoio: Weedoo Music

PROJETO REALIZADO COM RECURSOS DO PROGRAMA DE APOIO E INCENTIVO À CULTURA - FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA, PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA, MINISTÉRIO DA CULTURA E GOVERNO FEDERAL

Sobre a Trópicº

A Trópicº é uma produtora audiovisual de impacto que, desde 2012, atua focada em conteúdos para causas e negócios sociais, apostando prioritariamente em planejamento estratégico digital com foco em resultados e produção personalizada de vídeos nos mais diferentes formatos, alinhados às necessidades e demandas de cada causa. Saiba mais em tropico.tv
Compartilhe:
Abril Indígena: Artistas Guarani Nhandewa lançam álbum inédito com Cantos Sagrados
Abril indígena: artistas guarani nhandewa lançam álbum inédito com cantos sagrados
https://www.vivercuritibapr.com.br/noticia/424/abril-indgena-artistas-guarani-nhandewa-lanam-lbum-indito-com-cantos-sagrados